Uma mulher foi presa pela Polícia Militar de Meio Ambiente, no último dia 8 (quarta-feira), em São João da Mata, por maus tratos a animais. A acusada foi denunciada por membros da ONG Unicão depois de não procurar atendimento médico veterinário para um cachorro que tinha em casa e que estava agonizando devido a algumas enfermidades. Mesmo sendo socorrido, o animal não resistiu e morreu.
De acordo com as informações obtidas pela reportagem do JPF, na referida data, por volta das 16h20, a Polícia Militar de São João da Mata solicitou apoio da Polícia Militar de Meio Ambiente para se dirigir à Rua Sebastião Gilberto Firmo, no Centro, a fim de cumprir um mandado de prisão expedido pela Comarca de Pouso Alegre contra uma mulher, de 24 anos, por maus tratos a um cachorro.
Com a ordem judicial em mãos, as equipes se dirigiram ao imóvel citado. No local, os policiais encontraram uma representante da ONG Unicão. Imediatamente, a mulher se identificou como membro da entidade protetora de animais e relatou que, há três dias, estava recebendo denúncias de moradores sobre a situação de um cachorro que, supostamente, tinha sido abandonado e estava doente.
Ainda conforme a protetora, diversas tentativas de contato foram feitas com a tutora do animal e seus familiares nos últimos dois dias, mas nenhuma resposta obtida. Desta forma, ela compareceu ao local para verificar a situação do cachorro e visualizou, da rua, que as condições de saúde do animal haviam piorado, pois estava muito magro, fraco e encontrava-se deitado, babando e tendo espasmos, não conseguindo se manter de pé ou latir.
Diante da situação, os militares fez uma rápida fiscalização no imóvel e confirmou que as condições de saúde do animal eram precárias, necessitando uma intervenção urgente de socorro médico veterinário, e não havia pessoas na residência. Em seguida, a Polícia foi à casa do pai da tutora. Ao tomar conhecimento do caso, ele tentou fazer contato com filha. Após diversas ligações, o homem conseguiu falar com a jovem, explicando os fatos e solicitando que ela comparecesse ao imóvel para abrir o portão, momento que a mesma desligou o telefone.
Diante da atitude da acusada, os policiais informaram o pai dela que seria necessário cortar a corrente que trancava o portão do imóvel para proceder o resgate do animal ferido que estava no quintal. Então, com o auxílio de uma serra elétrica, os militares conseguiram adentrar a residência e se depararam com um ambiente sujo de fezes, com vários pães jogados no chão por vizinhos que tentavam alimentar o animal. O cachorro foi resgatado. Ele estava muito fraco e quase não se movia. Por isso, seria encaminhado a uma clínica veterinária na cidade de Pouso Alegre.
Antes da saída das guarnições do local, a autora compareceu ao imóvel. Em depoimento, ela confessou que o cão estava doente, mas que mantinha o animal alimentado e hidratado e que havia comprado remédios para tratá-lo. Ela ainda ressaltou que um médico veterinário tinha consultado o animal, via telefone, a pedido do ex-namorado dela, e orientado a dupla a ministrar dois medicamentos e aplicar soro.
Por fim, a mulher disse que não estava ficando no imóvel desde o último dia 5 (domingo), pois estava com medo do ex-companheiro, que estaria ameaçando-a, mas ia lá todos os dias para alimentar o animal. Ela também afirmou que, no dia 7 (terça-feira), viu o cão e ele estava bem, mas o mesmo ficou muito assustado porque vizinhos tinham soltado bombinhas na rua.
Durante o registro da ocorrência, os policiais foram informados que o animal não resistiu e chegou na clínica morto, pois apresentava quadro grave de desidratação, mucosas esbranquiçadas, estado severo de caquexia (perda de peso) e feridas pela região do abdómen, podendo ter sido acometido por doença infectocontagiosa grave.
Perante a situação, a mulher recebeu voz de prisão por atos de maus-tratos e foi encaminhada à Delegacia Regional de Pouso Alegre para a ratificação do flagrante.