Uma situação grave e que requer muita atenção. Este é o caso do pequeno Lucas, de apenas 7 anos, filho do pedreiro Rosemauro e da cabeleireira Joana D’arc Batista, diagnosticado com aplasia medular. O garoto, que já passou por diversos tipos de exames e, hoje, toma um medicamento que ajuda a controlar a doença, necessita de um doador compatível de medula óssea para obter a tão sonhada cura. Movimentos de auxílio à família estão sendo feitos incessantemente nas redes sociais e nos meios de comunicação locais, a fim de incentivarem as pessoas com idade entre 18 e 35 anos a procurarem um hemocentro, cederem uma amostra de material genético e saberem se são compatíveis com o menino. Até o momento, todos que se disponibilizaram em ajudar não foram condizentes com o genótipo necessário.
Diante de tanta angústia e desespero, pois o caso é de uma verdadeira corrida contra o tempo, a reportagem do JPF procurou a família do Lucas para entender um pouco melhor essa história. Bastante abalados emocionalmente, mas se mostrando fortes perante a adversidade, os pais do garoto receberam a equipe e relataram a dor que estão sentindo há quase três meses, quando o diagnóstico da doença foi fechado.
“Tudo começou de repente. O Lucas sempre foi uma criança muito saudável, mal ficava resfriado, mas, na madrugada do dia 10 de junho, ele teve uma febre alta e estava com muita tosse. Daí, desconfiei que estivesse com Covid – 19. Na manhã seguinte, o levei ao PSF. Um médico o examinou e o encaminhou ao Hospital de Gimirim, já que estava achando-o bastante pálido. Lá, o Lucas já foi colocado no soro. Depois, fizeram alguns exames e constataram que as plaquetas no sangue dele estavam baixas. Daí, o mandaram para Alfenas, onde ficou internado durante 12 dias, com a suspeita de estar com leucemia. Ao saber da história, o pessoal da Secretaria de Saúde de Poço Fundo estudou o caso e nos encaminhou para o Hospital Boldrini, em Campinas, que é especializado nessa área. Após uma bateria de exames descobriram que o Lucas tem aplasia medular. Entrei em desespero, pois perdi uma sobrinha, que tinha 11 anos, para a mesma enfermidade. No entanto, os profissionais começaram a me acalmar e a me incentivar a lutar para salvar a vida do meu filho”.
Ainda conforme Joana, foi na unidade de saúde paulista que ela a toda a família souberam que a cura para Lucas é o transplante de medula. “Logo depois do diagnóstico, ficamos atordoados. Porém, os médicos nos disseram que a alternativa mais rápida para sarar meu filho é o transplante de medula e que deveríamos correr contra o tempo para achar uma pessoa geneticamente compatível. Simultaneamente, nos falaram que existe um remédio capaz de controlar a situação, e que até já curou muita gente com problema parecido. Apesar de ser barato, o medicamento tem que ser manipulado. Isso, de certa forma, trouxe um alívio. Mas, ao procurar por empresas que fizessem o produto, descobrimos que nenhuma farmácia de Minas Gerais é autorizada a manipulá-lo. Diante dessa constatação, liguei para uma parente minha que mora no Estado de São Paulo e consegui o remédio. Ele está tomando, mas necessitamos de um doador compatível para que esse sofrimento acabe de uma vez, pois não temos certeza se o medicamento será tão eficaz. Hoje, o Lucas está bem, graças a Deus. Mas quando as plaquetas caem, ele fica amuado e precisa fazer transfusões de sangue em Campinas. Por isso, não dá pra esperar”.
A angústia da família de Lucas não para por aí. Certos de que seriam compatíveis com o garoto, pai, mãe e a irmã doaram seus materiais genéticos. Após as avaliações necessárias, todos foram pegos de surpresa com o resultado. “Infelizmente, a nossa compatibilidade com ele deu de apenas 50%, quando deveria ser de 100%. E mesmo se eu ou o pai dele fôssemos totalmente aptos a ajudá-lo correríamos o risco de não poder, já que a lei não permite a doação de medula para pessoas com mais de 35 anos”, lamenta Joana.
Foi aí que nasceu a campanha de doação para o Lucas. O movimento já ganhou grandes proporções em Poço Fundo e na região e está ficando cada dia mais forte. “O que peço nesse momento é que você, com idade entre 18 e 35 anos, nos ajude. Procure o hemocentro mais perto de sua cidade, munido dos documentos pessoais com foto, e doe uma pequena quantidade de sangue para ser cadastrada no banco de dados. É importante também lembrar que o nome completo do meu filho (Lucas Gabriel Barbosa Batista) deve ser informado antes da coleta. É tudo muito rápido e simples. Tiram apenas uma pequena quantidade de sangue. Você pode ser um anjo na vida do Lucas. E se você já é cadastrado há tempos, atualize os dados no site da Redome, através do endereço redome.inca.gov.br/doador-atualize-seu-cadastro. Conto com a ajuda de todos vocês. É uma criança que tem muitos sonhos e uma vida inteira pela frente. Nos auxiliem nessa batalha”, conclamou Joana.
Para quem quiser doar sangue e se solidarizar com a causa do Lucas, basta entrar em contato com a Joana pelo telefone (35) 99972-4035.
A doença
A aplasia medular, ou anemia aplástica, é uma doença rara da medula óssea em que há diminuição da produção das células sanguíneas, que são normais na sua forma e funcionamento.
A causa
Na maioria das vezes, é uma situação adquirida, geralmente de causa imunológica, que leva à diminuição das células estaminais – precursoras das células do sangue. O motivo desta alteração é quase sempre desconhecido.
Em algumas constatações, a doença está relacionada com determinadas infecções, contato prolongado com produtos químicos, como alguns solventes e pesticidas, medicamentos, e, em raras ocasiões, pode surgir durante a gravidez.
O tratamento de doenças malignas com quimioterapia ou radiações causa igualmente uma aplasia medular, que é temporária.
Mais raramente, a aplasia medular é hereditária por alteração de genes, como na Anemia de Fanconi ou na Anemia de Blackfan-Diammond. Nestes casos, geralmente existem alterações ósseas, renais e, por vezes, manchas na pele, sendo diagnosticada na infância.