Cerca de noventa dias. Este é o tempo que moradores da Rua João Paulino da Costa Neto, no bairro Ortocaldas, localizada ao lado do Terminal Rodoviário, estão convivendo com problemas gerados pelo esgoto que está “brotando” na via. Além disso, as pessoas que por lá residem também se queixam das “tradicionais” enxurradas, provocadas por alagamentos ocorridos na junção das Ruas Ferreira de Assis, Roberto Assi e prolongamento da Admilson Ferreira Noronha e que descem pela Avenida José Soares Pinho. As situações apontadas pelos reclamantes já foi divulgada várias vezes pelo JPF. No entanto, até o presente momento, nenhuma medida (nem mesmo paliativa) foi tomada pela Secretaria de Obras para tentar solucionar os dissabores.
E, devido a este descaso, o aposentado José Manoel Alves entrou em contato novamente com a Redação do JPF para informar que o caso tem piorado consideravelmente. De acordo com ele, a situação se transformou em calamidade pública, uma vez que os detritos vindos da rede de esgoto podem provocar doenças a quem mora naquela área. “Um mês atrás, quando vocês (reportagem do JPF) estiveram aqui já havia dito que isso está insuportável e se tornou uma calamidade pública! E continuo afirmando, pois, com chuva ou sem, vira esse caos. Não aguento mais impedir a rua, já que está praticamente impossível transitar por ali. Se a gente passa a pé, carrega sujeira e detritos de fezes pra dentro de casa, correndo o risco de contrair doenças graves, como a Leptospirose. Se transita de carro, o fedor impregna nas rodas e acaba sendo levado pra perto de nossos lares. Ou seja, estamos num mato sem cachorro”.
Ainda conforme o reclamante, outro fato revoltante é que quem necessita ir ao PSF São José pode ficar doente no momento em que busca cura para suas enfermidades. “Esse problema não afeta somente a gente. Usuários da unidade de saúde situada ali atrás da Rodoviária também pagam o pato, pois precisam fazer este trajeto até chegar lá. Imagina só: pacientes vêm ser atendidos, tratar alguma doença, e acabam levando sujeira e material contaminado para um lugar que deve ser totalmente asseado. Realmente, parece piada. Será que se estas fezes a céu aberto, com mau cheiro e que deixam os moradores e pedestres sujeitos a doenças, fossem em frente à casa do prefeito e das demais autoridades ficariam por muito tempo sem providências? Acredito que não. Isso está assim porque que é uma área de pouco valor, de pessoas pobres, sem voz ativa. Mesmo pedindo ‘pelo amor de Deus’ para que tomem uma atitude, nada acontece. Este é o meu pensamento e dos vizinhos que aqui residem ou trabalham. Cansamos de ligar na Prefeitura, na Secretaria de Obras… Mas nunca resolvem nada. Não sabemos mais o que fazer. Está cada dia mais difícil viver dessa maneira”.
Face à queixa, a reportagem do JPF entrou em contato com representantes da Secretaria de Obras para obter um parecer a respeito do caso. Em nota enviada à Redação do JPF, o responsável pela pasta, Wladimir Corrêa, informou que medidas deverão ser adotadas em breve para tentar solucionar os dissabores. “Ali, existe uma ligação clandestina de esgoto na rede pluvial, e é isso que está ocasionando o mau cheiro e o entupimento. Só que para a Secretaria de Obras tomar providências será preciso abrir a via desde a beira do rio até acharmos o ponto específico. Pelo fato de não sabermos o setor correto, não tem como apontarmos um lugar pra começar. Então, estamos de olho na previsão do tempo, pois tem chovido muito e não queremos causar mais transtornos aos moradores. Também teve o Carnaval, que atrapalhou um pouco por ser perto daquela região. Estamos empenhados em iniciar o serviço, mas temos que aguardar algumas questões que envolvem o impedimento do trânsito, a retirada do calçamento, das manilhas, da base… Será um trabalho demorado”.
* Matéria publicada na edição 457 do JPF, de 24/02/2018.