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AÇÃO PELA VIDA E CONTRA O SUICÍDIO

Moradores, estudantes e profissionais de Saúde se reuniram, no último dia 27 (quarta-feira), no Centro de Pastoral Monsenhor Afonsinho, para tratar de um tema geralmente considerado “tabu”: o suicídio. A atividade fez parte da campanha “Setembro Amarelo – Mês de Valorizar a Vida e de Prevenção ao Suicídio”, promovida pelo CRAS (Centro de Referência da Assistência Social) e pela Secretaria de Ação Social de Poço Fundo.

Dezenas de pessoas, grande parte delas vestida de amarelo, lotaram a sala de palestras e acompanharam, com atenção, a explanação do médico Guilherme Lima, que está se especializando em Psiquiatria. O profissional passou um pouco da história do suicídio nas mais diversas épocas, mostrou como podem ser identificados sinais de que alguém tem a tendência de se matar e deu dicas valiosas de como ajudar quem passa por situações difíceis a evitar, de várias formas, a chegada neste ponto crítico.

Em seguida, a psicóloga Milena Paiva repassou orientações e apresentou, junto com alunos da Escola Estadual São Marcos, uma enquete que tinha como alvos os estudantes da instituição, com alguns resultados, de certa forma, preocupantes. Embora haja, segundo a pesquisa, um bom conhecimento sobre como evitar o suicídio, 11% dos entrevistados (com idade máxima até 19 anos) já teriam tentado tirar a própria vida. Após divulgação dos números, as representantes da entidade sugeriram à Prefeitura que promova ações para auxiliar crianças, adolescentes e jovens na luta contra a depressão e a autodestruição.

Depois de um rápido intervalo, os participantes saíram em passeata pelas ruas da cidade, distribuindo panfletos (contendo telefones e endereços para ajuda a pessoas que possam estar em situação de risco ou com tendências suicidas) e gritando palavras de ordem pela vida. Os donos dos estabelecimentos comerciais na rota da caminhada também colaboraram com a ação, fixando balões amarelos em suas fachadas.

O ato público foi encerrado no Coreto da Praça São Francisco e, de lá, todos seguiram de volta para suas lidas diárias, dispostos a colocar o que aprenderam em prática, em favor de seus familiares, amigos e de quem mais precise de auxílio.

Mais um registro

Durante as atividades, uma nota triste: era registrado mais um autoextermínio no município. Uma mulher, moradora da zona rural, que já havia tentado tirar a própria vida outras vezes, conseguiu consumar o ato naquela manhã.

Índices

Diante de tantos casos envolvendo o assunto em Poço Fundo, a reportagem do JPF foi mais além e fez o levantamento de alguns dados, ocorridos entre 2011 e 2017, junto ao Sistema Integrado de Defesa Social das Polícias Civil e Militar, e os números assustam. Fazendo a média com base nas estatísticas oficiais, por ano, são cometidos 3,5 suicídios e, pelo menos, uma tentativa.

Ainda conforme a pesquisa, 2012 foi o pior ano nessa modalidade. No total, foram sete mortes e três tentativas confirmadas. Nos demais, os números variam entre três e quatro ocorrências. Ou seja, a cada trimestre ou quadrimestre, uma família sofre com atentados contra a vida.

Na grande maioria dos casos, as ações são cometidas por meio de enforcamento. No restante, as causas são: envenenamento, corte de pulsos, disparo de arma de fogo contra a região craniana, perfurações em áreas letais do corpo (como pescoço e abdômen) e uso de medicamentos.

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