A Polícia Civil prendeu, na tarde do último dia 26 (sexta-feira), o segundo envolvido na violenta agressão contra a jovem Ana Paula Lopes, cometida na madrugada do dia 24 de julho (domingo), durante a tradicional Festa de São Benedito de Poço Fundo. Roliere da Silva (24 anos) é acusado de ser o principal responsável pela lesão que deixou a moça cega de um dos olhos. Depois esta ação, foi encerrado o inquérito que apura o caso, com o consequente indiciamento de seis pessoas, dentre elas duas adolescentes.
O rapaz estava escondido na casa de parentes, no bairro São José (Canto), mas não imaginava que seus passos eram monitorados pelos investigadores da Delegacia poço-fundense. Com um mandado de busca e apreensão em mãos, equipes foram à residência e o localizaram, cumprindo, assim, a ordem de prisão preventiva expedida em seu desfavor.
Em depoimento dado após a detenção, Roliere confirmou que havia participado da confusão naquele fim de semana, mas negou ter causado o ferimento que resultou na cegueira da vítima. Familiares que acompanharam a condução também não se conformavam. Todos afirmavam que ali estaria ocorrendo uma injustiça, pois a autoria do golpe que ocasionou a grave lesão seria de uma das jovens envolvidas. Um machucado na mão da garota era apontado como a “prova” do ato delituoso, supostamente cometido com um canivete – descartado depois do crime, mas não encontrado posteriormente.
Entretanto, o delegado Éder Neves, responsável pelas apurações, não acredita nesta hipótese. Segundo ele, já ficou comprovado que o ferimento citado pelos parentes é anterior aos fatos e, na verdade, a menor teria sido pressionada pela família do detido a assumir a atitude, mas não aceitou a proposta.
Após ser ouvido, o rapaz seguiu para o Presídio de Alfenas, onde já se encontrava Carlos Alberto Frauzino (29 anos), outro participante do delito.
Indiciados
Além dos dois presos e das adolescentes, ao final do inquérito instaurado pela Polícia Civil, foram indiciadas as mulheres Rosilene Paula e Lucimaura de Araújo. Elas e os outros dois acusados responderão por lesões corporais grave e gravíssima, com base no artigo 129 do Código Penal.
De acordo com o delegado, os quatro adultos e as duas garotas agiram com a clara intenção de machucar a vítima, o que resultou na cegueira de seu olho esquerdo. Um laudo do IML (Instituto Médico Legal) confirmou que a lesão é decorrente da debilidade permanente da visão, bem como deformidade e dano estético irreparável.
As motivações para o ato insano não poderiam ser menos fúteis: uma desavença pretérita de Ana Paula com uma das menores, parente da maioria dos envolvidos. A rixa foi acirrada na data do crime e culminou no ataque.
Caso os argumentos de Éder sejam aceitos, com denúncia apresentada pelo Ministério Público, processo, julgamento e condenação, os adultos podem pegar de dois a oito anos de prisão. Já as menores serão punidas apenas com algumas medidas sócio-educativas previstas pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
Outras duas pessoas, citadas como envolvidas na agressão, não tiveram seus indiciamentos concretizados porque, conforme o delegado, não havia elementos que comprovassem suas participações efetivas no delito.
