Autores de quatro roubos cometidos em sequência foram identificados. Um está preso e o outro morreu em confronto com a Polícia de São Paulo
Bandidos altamente perigosos, literalmente “cascas-grossas”. Assim foram classificados os irmãos Marcos de Oliveira, o “Marquinhos” (30 anos), e Adriano, o “Didi” (34), autores de um delito que assustou moradores da zona rural de Poço Fundo há pouco mais de dois anos e que ficou conhecido como o “Arrastão do bairro Facão”. A Polícia Civil gimirinense encerrou o inquérito que apurava o caso e apontou a dupla como sendo a responsável pelo crime. Um deles (Marcos), no entanto, está morto. O outro já cumpre pena por demais delitos, e, mesmo assim, será alvo de um pedido de prisão preventiva.
O “arrastão” aconteceu no dia 4 de maio de 2014. Dois homens, que, segundo testemunhas, eram altos, negros e aparentavam ter entre 25 e 30 anos, promoveram uma série de roubos e ainda agrediram as vítimas. Quatro veículos foram tomados de assalto e um estabelecimento comercial invadido.
A sequência de delitos começou no bairro Facão, próximo à divisa com a Serra da Barra. Os meliantes chegaram em uma residência e disseram que precisavam de ajuda, pois estavam com um carro com defeito na estrada. Um homem atendeu ao pedido e se tornou a primeira vítima. A dupla o rendeu e chegou a lhe agredir com uma coronhada na cabeça, tomando-lhe um Fiat Uno e levando vários documentos, cheques e cartões que estavam dentro do automóvel.
Depois, na estrada para o bairro Barreiro dos Francos, os marginais bloquearam o caminho de outro Fiat Uno, anunciando o roubo e conduzindo o motorista com eles até um bar, onde pegaram celulares de clientes e do próprio comerciante. Eles trancaram todos no local e abandonaram o veículo, evadindo em uma Fiat Strada vermelha e levando as chaves de outro utilitário, que estava estacionado diante do estabelecimento.
Durante a fuga, os ladrões jogaram fora documentos, cheques e cartões que retiraram do primeiro veículo. Um produtor rural da região encontrou o material e o entregou ao irmão do proprietário. A reportagem do JPF e o pai de uma das vítimas seguiram o caminho provavelmente utilizado na evasão, sentido a Campestre, e achou mais documentos nas proximidades da Usina da Cachoeira Grande. Tudo foi encaminhado à Delegacia de Poço Fundo.
Já depois da divisa, a dupla ainda tentou subtrair outra Fiat Strada, com placas de Campestre, escapando cada um em uma caminhonete. Até hoje, nenhuma das duas foi recuperada.
Apurações
Segundo o delegado Éder Neves, pouco tempo depois dos assaltos, a Polícia Civil de Muzambinho entrou em contato com a Delegacia poço-fundense, alertando que, pelo modo de operação e pelas características dos assaltantes, tudo indicava que estes poderiam ser os irmãos Marquinhos e Didi, oriundos daquela cidade e responsáveis por vários outros roubos na região. “Conseguimos fotos dos suspeitos e as vítimas e testemunhas os reconheceram de forma inequívoca como sendo os autores da série de roubos. A partir daí, passamos a tentar localizá-los”.
Após um minucioso levantamento, informações davam conta de que a dupla poderia estar no Estado de São Paulo, onde também teria se envolvido em diversos delitos, com um deles sendo morto em confronto com a Polícia e o outro preso, condenado pelo mesmo tipo de crime cometido em Poço Fundo. “Obtivemos a confirmação com uma certidão de óbito de que Marquinhos foi sepultado em Catanduva – SP, depois de ser morto por policiais paulistas. Didi, no entanto, está na Unidade III ‘ASP Paulo Guimarães’ da Penitenciária de Lavínia por ter praticado roubo circunstanciado e agravado, ou seja, com uso de armas de fogo e com concurso de pessoas. Aliás, esta era uma prática comum dos bandidos, que cometeram diversos assaltos e têm uma lista extensa de passagens”.
O meliante que está vivo e preso foi ouvido e negou envolvimento no caso de Poço Fundo, algo esperado pelo delegado. “Ele é um criminoso tarimbado e vai negar mesmo. Afinal, já está respondendo por vários delitos e não quer aumentar sua lista. Ainda assim, pediremos sua prisão preventiva e, logo que a Justiça decidir, poderá ser julgado, aqui em Poço Fundo ou à revelia, pelo ato que cometeu”.