Faleceu, na manhã do último dia 14 (sábado), em Alfenas, aos 79 anos, após sofrer falência múltipla de órgãos, o ex-prefeito de Poço Fundo, Messias de Oliveira. Chefe do Executivo gimirinense durante dois mandatos, de 1983 a 1988 e de 1993 a 1996, e vereador de 1997 a 2000, Messias era considerado o “pai dos pobres”. Versátil, bom de conversa, amigo, solidário e, acima de tudo, político, ele sempre se disponibilizou a resolver os problemas de pessoas de baixa renda e a lutar em prol dos interesses da coletividade, tendo três preocupações básicas em seus governos: Educação, Saúde e auxílio aos menos favorecidos.
Messias nasceu em Poço Fundo, na comunidade Lavrinha, em 26 de novembro de 1937. Filho de Manuel Silvestre de Oliveira (Manuel Gavino) e Ana Umbelina de Oliveira e neto de José Gavino, que plantou a primeira lavoura de fumo em Poço Fundo, ele cursou da 1ª a 4ª série na Escola Rural Municipal da Lavrinha e da 4ª a 8ª série no antigo Ginásio Municipal São Marcos.
Depois, ingressou na UFV (Universidade Federal de Viçosa), onde concluiu os cursos de Técnico em Agropecuária e, posteriormente, Engenharia Agronômica, formando-se em 1964. Em 1971, graduou-se em Direito pela Escola de Direito de Varginha.
Em 1965, ingressou na Emater, entidade em que exerceu os cargos de supervisor local, especialista regional em cafeicultura e coordenador estadual de cafeicultura. Foi representante de Minas Gerais na Comissão Estadual do Polocentro (Programa de Desenvolvimento dos Cerrados). Ocupou a função de coordenador do programa MG 2 – Municípios de Baixa Renda, pela Emater. Foi presidente da Sociedade Mineira de Engenheiros Agrônomos e fez vários cursos rápidos de pós-graduação, tais como Administração Rural, Culturas Tropicais, Cafeicultura, Solo e Adubos, Combate às pragas e controle de doenças em plantas, Conservação de solo, Extensão Rural e Bovinocultura.
No campo político, além dos cargos assumidos em Poço Fundo, também foi presidente da Amarp (Associação dos Municípios do Alto do Rio Pardo) e vice-presidente da AMM (Associação dos Municípios Mineiros), tendo sido presidente interino por seis meses.
Dentre suas principais realizações como prefeito e vereador destacam-se a estadualização do 2° grau de ensino, as construções de oito escolas e ampliação de 12 instituições de ensino municipais, as edificações do Terminal Rodoviário, do Poliesportivo Gavinão e do Posto de Saúde do Paiolinho (com ajuda do povo) e as implantações dos postos telefônicos na cidade, Distrito e bairro rural Barra Grande, do serviço de DDD (Discagem Direta à Distância), do sinal de TV aberta, do posto do Correios no Paiolinho e conseguiu, junto do governador Newton Cardoso, o asfalto que liga a MG 179 ao Distrito.
Além disso, Messias foi o responsável por obras de duplicação da capacidade de água fornecida à cidade e pela disponibilização da captação de água no Distrito do Paiolinho, com a implantação de um reservatório de cem litros e a abertura de um poço artesiano.
Na área cultural, ele criou o Festival da Canção Popular e a Semana Cultural, que, em sua época, tiveram grande sucesso, incentivou o Carnaval, as festas populares e o esporte, principalmente o futebol, promovendo campeonatos regionais, nos quais a Liga Esportiva Gimirinense teve notável desempenho.
Pensando sempre no funcionalismo, Messias possibilitou a instalação do posto do Ipsemg (Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais) na cidade, criou a Previdência Municipal e promoveu o primeiro concurso público em Poço Fundo.
No setor social, doou 440 lotes à população carente, criando o bairro Lavrinha, hoje, Mãe Rainha, e implantou a creche (a única do município, com capacidade para atender 250 crianças), graças ao apoio da esposa Simone.
Além da companheira, Messias deixou os filhos Giovana, Fabrísio, Alessandro e Daniela e os netos Germano, Bárbara, Lucas, Nicolas, Isabela, Ana Carolina, Henrique, Santiago e Manuela.
O corpo do ex-prefeito foi velado na Câmara de Vereadores, onde familiares, amigos, admiradores e correligionários fizeram suas homenagens. O sepultamento se deu no Cemitério Municipal.

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