Quem passa pelos Campos, bairro rural poço-fundense conhecido pela beleza (e pelo frio), agora encontra um cenário de triste devastação. Um incêndio de grandes proporções, que teve início no último dia 16 (sábado) e só foi controlado no dia 18 (segunda-feira), destruiu uma enorme parte daquela área, onde fica a maior reserva ambiental da região.
O fogo se alastrou rapidamente devido aos fortes ventos que tomaram conta de praticamente todo o Sul de Minas naquela data. Boa parte dos mais de seiscentos hectares de floresta nativa consorciada com eucaliptos foi devastada.
O técnico ambiental Washington Rezende, que também faz “trilhas” com sua moto regularmente, deu de cara com o sinistro e ficou impressionado com a rapidez e o poder avassalador das chamas. Ele fez imagens do local durante e após o incêndio e as enviou à reportagem do JPF, relatando ainda o que viu. “Foi um prejuízo ambiental incalculável. O fogo chegou a queimar a copa de árvores com mais de vinte metros de altura, e algumas propriedades rurais foram atingidas. Até curtos-circuitos em fiações de alta tensão ocorreram”.

Animais desabrigados

O incêndio dos Campos destruiu a moradia de diversos animais silvestres que tinham aquela mata como refúgio. Alguns não conseguiram escapar das chamas, mas outros fugiram.
Há relatos de que um veado foi visualizado na estrada do bairro São Miguel e de que uma onça parda, felino comum nas serras sul-mineiras, foi vista escapando do fogo. Gaviões, cobras, macacos e várias espécies de aves também perderam seus abrigos.

O vulto de um homem

Nas fotos enviadas por Washington, chamou a atenção da reportagem uma imagem, no mínimo, curiosa. No tronco de uma das árvores queimadas, o fogo deixou marcado o que parece ser nitidamente o vulto de um homem. A cena assustou quem a viu e acabou se transformando numa mensagem: a de que a principal vítima da destruição ambiental é exatamente quem a provoca.

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