Quando o operador de máquinas Olavo Caliari (50 anos) chegou para mais uma jornada de trabalho numa lavoura de café do bairro Quebra Machado, na manhã do último dia 27 (segunda-feira), teve uma das mais desagradáveis surpresas de sua vida: a colheitadeira que seria utilizada na lida daquela data estava totalmente destruída por um incêndio ainda sem causa determinada.
A máquina, que vale cerca de R$ 620 mil, tinha sido deixada no cafezal, em uma área de difícil visualização, no dia anterior. “Trabalhei com ela no domingo, na parte da manhã, para adiantar o serviço, e a deixei no meio da plantação, achando que o lugar era totalmente seguro. Quando cheguei pra reiniciar a colheita, quase morri de susto”, disse o lavrador.
Ainda segundo o operador, moradores da região não perceberam nada de suspeito, a não ser uma densa fumaça à noite, mas todos pensaram que se tratava de fogo em algum matagal.
A colheitadeira estava no local por aluguel, pois pertence a outra pessoa, para quem Olavo trabalha. Ele e Reginaldo Ramos (39), que representava o proprietário do equipamento, foram à sede do Pelotão PM de Poço Fundo para registrar um Boletim de Ocorrência e, depois, acompanharam a Perícia da Polícia Civil.
Para ambos, apesar de a máquina ter garantias, o prejuízo é grande. “É um demorado procedimento até que a seguradora dê um retorno e, enquanto isso, são dias de serviço perdidos, sem falar no atraso da colheita para o dono da roça em que estávamos trabalhando”, lembrou Olavo.
Os dois amigos não conseguem sequer imaginar quem possa ter provocado o incêndio, embora acreditem que tenha acontecido um crime ali. “Pelo que sabemos, nem o proprietário da lavoura e, tampouco, o da máquina tinham inimigos. Chegaram a comentar lá na área que pessoas que atuam na panha teriam ficado chateadas, porque acham que a colheitadeira estava tirando o serviço delas, mas não creio que tenham a coragem de fazer essa maldade”, afirmou Reginaldo.
As vítimas agora aguardam os laudos da Perícia, que podem apontar se houve algum delito ou se o fogo começou por falha humana ou mecânica. As investigações estão sendo feitas pela Delegacia de Poço Fundo.
