CHUVA CHEGA COM FORÇA E CAUSA TRANSTORNOS EM POÇO FUNDO

CIDADE

Uma sequência de precipitações, algo comum nos inícios de ano, tem trazido uma série de transtornos a várias cidades do Sul de Minas, dentre elas Poço Fundo. Ruas têm sido tomadas pelas enxurradas, estradas rurais sofrem com a abertura de buracos e enchentes, deslizamentos de terra também já foram registrados e dejetos da rede de esgoto voltaram para dentro de residências.
Fazia cerca de um ano que os gimirinenses não presenciavam uma chuva tão forte como a que caiu sobre o município no último dia 11 (quarta-feira). Por conta da tormenta, vias que até então não tinham apresentado nenhum problema ficaram alagadas. Um dos pontos mais afetados foi novamente a Avenida José Soares Pinho e a junção das Ruas Ferreira de Assis e Roberto Assi.
Nos bairros Barra Grande e Barreiro, a enchente tomou conta da estrada e chegou a impedir que veículos transitassem normalmente. Na comunidade da Bocaina das Posses, crateras se abriram em vias, colocando motoristas e motociclistas que trafegam diariamente pela região em risco.
Na Rua Etelvina de Oliveira, a casa que a reportagem do JPF visitou na tarde do dia 10 (terça-feira), por conta da invasão de enxurrada e esgoto, novamente ficou tomada por detritos. Obras para a resolução do caso estavam em andamento, mas não impediram que ocorresse o retorno fétido.
Dissabor idêntico foi registrado na Adair Afonso Ubeda, no bairro Mãe Rainha, onde a rede também passou a correr a céu aberto pela rua. Uma das moradoras procurou a reportagem do JPF e demonstrou sua indignação, afirmando que aquilo era um descaso da Prefeitura perante o problema. “Tudo começou, há muitos anos, em um terreno ao lado da minha residência. Lá, uma rede de esgoto vivia vazando e gerando um grande fedor. Pedi várias vezes que viessem arrumar, e nada. Aí, esta semana, estou em frente à casa do meu filho e me deparo com o esgoto jorrando na porta do imóvel dele e correndo por toda a rua. Até rato saía junto com os dejetos. Não aguentamos mais esta situação. Pagamos nossos impostos em dia e queremos dignidade, nossos direitos concedidos. Já passou da hora de a Prefeitura olhar por este bairro. Somos pobres, mas queremos uma vida decente, sem problemas”, relatou a costureira Delma Gonçalves (55 anos).
Ainda no Mãe Rainha, o fundo de uma residência está oferecendo riscos por conta do desmoronamento de um barranco. A princípio, vizinhos diziam que os moradores não queriam sair do imóvel, mas depois, em um levantamento feito pela reportagem do JPF, descobriu-se que, lá, existe um viveiro e um pequeno quarto, onde crianças costumam dormir após assistirem TV e brincarem, o que aumenta o perigo.

Providências

Em contato com a Prefeitura, as informações são de que os estragos produzidos pelas tempestades estavam sendo monitorados pela Secretaria de Obras para possíveis intervenções nas áreas mais necessitadas e reparos completos com a melhoria das condições do tempo. Em alguns destes pontos, máquinas foram deslocadas para as primeiras ações.
Quanto aos problemas relativos a esgotos, obras tinham sido iniciadas para resolver cada um deles. Na Rua Etelvina de Oliveira, os túneis talvez precisem ser refeitos, pois as fundações de uma das residências teriam quebrado algumas manilhas. Caixas de distribuição também seriam construídas por uma das moradoras reclamantes.
No bairro Mãe Rainha foi realizado o desentupimento, que não surtiu efeito, e já se pensa em promover a reforma da rede. Em relação ao barranco, o prefeito Renato Oliveira informou que solicitaria a um de seus secretários que fizesse uma visita ao local para uma avaliação mais detalhada e apuração dos riscos e das responsabilidades por ações eventualmente necessárias.
O JPF continua acompanhado cada caso.