A colheita de café sempre é um período especial para muitos trabalhadores poço-fundenses e da região. A possibilidade de ganhos que permitam melhorar o orçamento familiar faz com que algumas pessoas até deixem empregos formais na cidade para ir às roças participar da “panha”.
No entanto, é época também de grande perigo, especialmente por conta dos possíveis acidentes envolvendo cobras venenosas. Isso leva muita gente a se preocupar com o estoque de soro antiofídico em seus municípios, algo que, comprovadamente, se tornou um problema nas principais cidades produtoras.
O Hospital Alzira Velano, de Alfenas, referência no tratamento de vítimas de animais peçonhentos, afirma que são registrados, em média, 15 casos de picadas de cobra por mês durante a safra. Porém, há informações de que em Campos Gerais, Boa Esperança e Três Pontas, municípios que mais produzem café, o soro que pode salvar vidas não foi encontrado.
Em Poço Fundo, não são incomuns os relatos de situações nada agradáveis com os répteis, especialmente cascavéis e, por isso, a reportagem entrou em contato com o Hospital de Gimirim para saber se por aqui o produto também está em falta.
Segundo a coordenadora de Enfermagem, Denise Borelli, a boa notícia é que há um estoque de emergência para vários tipos de animais peçonhentos, dentre eles cobras das espécies mais comuns e aracnídeos, como os escorpiões. “Quando há necessidade de mais doses são feitos contatos com uma Central em Alfenas para novos envios. Ou seja, caso ocorra um ataque, o paciente tem o socorro garantido”.
Até o fechamento desta nota, conforme Denise, já haviam sido feitos dois atendimentos, um por picada de cascavel e o outro por de urutu. Ambos os casos terminaram sem mais problemas.
No ano passado, foram 2.500 pessoas picadas por cobras em Minas Gerais e sete mortes por causa deste tipo de acidente foram confirmadas. Em 2016, foram contabilizados dois óbitos.