DELEGADO POÇO-FUNDENSE ASSUME REGIONAL DE ITAJUBÁ

POLÍCIA

Não existe dúvidas de que a palavra “desafio” não representa nenhum problema para o delegado Cleovaldo Pereira. O gimirinense, que começou sua carreira na Polícia Civil como escrivão em Poço Fundo, fez os seus primeiros e impactantes trabalhos na mesma unidade e, depois, passou a atuar em Machado. Porém, agora, sobe mais um degrau em sua brilhante carreira: assume, neste mês, a Delegacia Regional de Itajubá.

Assim que soube da novidade, a reportagem do JPF o procurou para uma entrevista, na qual falou sobre sua paixão pelo trabalho, carreira e o que está sentindo com esta nova função que lhe foi confiada.

Confira:

 

JPF: Cleovaldo, antes de falarmos sobre sua indicação para o cargo de Delegado Regional de Itajubá, gostaríamos que relembrasse como se deu sua entrada e desenvolvimento na Polícia Civil.

Cleovaldo: Fiz concurso pra Polícia Civil em 1996. Foi o ano em que ingressei na corporação. Na época, já fazia faculdade de Direito e tinha a pretensão de me tornar delegado. Me formei em 2001 e, após muitos estudos e esforços, passei no concurso em 2007. Em abril de 2008, comecei minha atuação, como delegado, exatamente aqui em Poço Fundo, onde trabalhava como escrivão há quase dez anos. Permaneci nesta função até 2011, quando fui convidado a assumir um novo cargo na então Delegacia Seccional de Machado. Lá fiquei até receber o convite da Chefia para tomar posse como Delegado Regional de Itajubá, com o ato definitivo divulgado nesta semana. Para mim, é uma honra, pois ingressamos numa carreira com o intuito de conseguir subir. Isso faz parte de nossos desejos, de nossa área profissional. Estou contente e, a partir do dia 9 (segunda-feira), vou conhecer a realidade de lá e definir como iniciar este desafio.

 

JPF: Acompanhamos todo o seu trabalho em Poço Fundo e na região e sabemos que esta indicação se deu por mérito, especialmente por conta de tudo que vivenciamos durante sua atuação por aqui. Deste período, o que ainda te marca?

Cleovaldo: Acho que a minha vinda como delegado para Poço Fundo foi de fundamental importância. Sendo a minha cidade natal, havia uma necessidade muito grande de corresponder às expectativas da população. Como escrivão, não tinha autonomia e era uma época difícil, pois não possuíamos investigadores, delegado, somente funcionários administrativos. E a criminalidade tinha aumentado muito no município. Por isso, uma das ações que mais me marcou foi a Operação Olho Vivo, algo que nunca havia sido visto por aqui e que deu um golpe fatal no tráfico. A partir dali, os índices começaram a baixar, e Poço Fundo passou a respirar um pouco de paz.

 

JPF: Mas recordamos também de outras ações importantíssimas, como a que juntou tantos bandidos numa só operação e que foi preciso usar um ônibus pra transportá-los, além da prisão de um assassino estuprador que ainda hoje estaria solto não fosse pelo seu empenho…

Cleovaldo: Sim, agradeço por lembrar isso. Estes casos comprovam que, quando iniciamos uma investigação por um crime cometido, devemos ir até o fim e encontrar os responsáveis. Muitas vezes, nesta busca, descobrimos outros delitos, praticados em lugares diferentes, mas não abrimos mão de continuar à procura até resolvermos o fato. As detenções de Ibitiura de Minas e Andradas, por exemplo, se deram depois que iniciamos a apuração de um roubo a mão armada em um armazém de café poço-fundense. E, durante os serviços, descobrimos que se tratava de uma grande quadrilha que agia em toda a região. No caso do estuprador, foi a morte de uma empregada, na área de Machado, onde atuava como cooperador, que desencadeou as investigações e constatamos que se tratava de um maníaco que agia em várias cidades. Assim que peguei a “ponta do novelo”, conseguimos prendê-lo perto de Poços de Caldas. São ações que me dão orgulho porque interromperam uma série de crimes que assustavam a população. Principalmente neste último caso, de uma pessoa doente, psicopata, porque se não o tivéssemos encontrado, teríamos mais mães ou jovens mulheres e adolescentes mortas. Quando fui pra Machado, o que significou uma melhoria na minha carreira, foram as boas operações que fizemos. Ainda hoje há problemas, mas lá tem também o Juliano Lago, que mostra um enorme amor pela profissão e desenvolve um excelente trabalho. Graças a Deus, a sociedade reconhece minhas atuações neste período, e isso é o mais importante.

 

JPF: Quando recebeu a notícia da promoção a delegado regional, qual foi a primeira coisa que se passou pela sua cabeça?

Cleovaldo: Uma responsabilidade muito grande, uma demonstração de confiança no nosso trabalho. Dá um sentimento de medo, misturado com ansiedade, nervosismo, preocupação em não dar conta do recado. Quanto mais a gente sobe, mais a responsabilidade aumenta. Ao mesmo tempo, sinto uma satisfação enorme em estar prestes a enfrentar este novo desafio. Pelo que sei, é uma regional com 15 cidades, limítrofe com outro estado, e com criminalidade talvez mais evidente por conta disso. Minha expectativa é chegar, conhecer quem atua lá e tentar fazer um bom trabalho, dando um retorno à sociedade local.

 

JPF: Que recado você manda aos poço-fundenses, machadenses e, principalmente, aos seus colegas que ficam por aqui?

Cleovaldo: Sou poço-fundense, ainda moro e tenho minha família aqui, meus amigos. Em Machado, também criei fortes laços, tanto dentro da Delegacia como na cidade, onde, hoje, tenho muitos amigos. O que digo é que, agora, vou para o meu novo cargo, com uma certa ansiedade e tristeza de deixá-los, mas estarei sempre voltando, visitando e pretendo, no futuro, vir definitivamente, pois é aqui que quero me aposentar.