Uma família afirma que teve que se mudar do bairro Mãe Rainha por conta da ação violenta de jovens, maiores e menores de idade, em grande parte, usuários de drogas. O grupo estaria literalmente “tocando o terror” na comunidade, tendo os denunciantes como principais alvos.
Durante a mudança, feita na noite do último dia 17 (quinta-feira), o caminhão que transportava os móveis foi atacado a pedradas e acabou danificado. Um Volkswagen Gol pertencente a um mecânico que auxiliava no traslado e outro carro que transitava pela área também foram atingidos. Uma mulher passou mal e teve que ser levada para o Hospital de Gimirim, enquanto uma idosa, que permaneceria na residência, foi retirada por precaução.
Foi preciso acionar a Polícia Militar, e a Guarnição conseguiu deter um dos agressores, um rapaz de 22 anos, que chegou a se esconder em sua casa, mas, após apelos da própria mãe, se entregou. O restante do bando fugiu. Porém, boa parte dos envolvidos acabou sendo identificada.
As ameaças e ataques se davam especialmente contra pessoas ligadas a um jovem de 20 anos, com quem os membros da gangue teriam algumas diferenças. “No Carnaval, eles se juntaram e bateram num amigo meu. Depois, sem mais nem menos, passaram a me cercar por onde ia, principalmente quando voltava do serviço. Todos atiravam pedras, querendo me agredir. Não podem nem me ver que vêm para cima. Por causa disso, fomos obrigados a deixar a nossa residência no bairro para viver pagando aluguel em outro local”, ressaltou a vítima à reportagem do JPF, enquanto pelo menos cinco pessoas aguardavam a confecção do Boletim de Ocorrência na sede do Pelotão poço-fundense.
Testemunhas relatam que o problema é antigo. Basta que aconteça algo fútil para que a ira do grupo se manifeste, segundo um dos vizinhos da família. “Há seis meses, eles quebraram cerca de sessenta telhas na minha casa. Passados mais ou menos sessenta dias, destruíram outras quarenta. É uma turma que fica pela rua, e não dá sossego para ninguém. A gente trabalha, chega cansado e tem que aguentar esse tipo de coisa, mesmo sem ter nada com esse bando. Agora aconteceu isso com meus vizinhos e fiquei indignado, porque algo precisa ser feito. Já entrei em atrito com esse grupo, fiz B.O., mas ele continua lá aprontando”, revelou um rapaz, revoltado.
A equipe do JPF tentou conversar com o autor detido após os ataques, mas ele preferiu não se manifestar. A sua mãe acompanhava o desenrolar do caso e alegou que as provocações partem de ambos os lados. A mulher diz também que está tentando, há um bom tempo, conseguir tratamento para o filho, mas ainda não obteve sucesso nesta busca.
O jovem foi liberado depois de assinar um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência) e todos terão que comparecer posteriormente na Delegacia para prestar esclarecimentos, inclusive os agressores identificados.